A Semana de Arte Moderna de 1922 é um marco da história da arte e da literatura brasileira. Os modernistas buscavam liberdade e simplicidade na linguagem, rompendo paradigmas e implementando novas formas de expressão. E, para celebrar este movimento histórico, o MAM inaugura uma nova exposição. Vem saber mais!
A exposição “Desafios da modernidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930” fica em cartaz no MAM até 15 de agosto e abre as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna.
Com curadoria de Maria Alice Milliet, a mostra apresenta cerca de 80 obras, entre pinturas emblemáticas de Antonio Gomide, painéis e móveis de John Graz e até tapetes e colchas de Regina Gomide Graz.
Antonio Gomide, John Graz e Regina Gomide Graz foram os artistas pioneiros no art déco e nas composições geométricas abstratas no Brasil. A mostra faz um recorte entre as décadas de 1920 e 1930, apresentando ao público um diálogo entre arte visual e design.
Nascidos no Brasil, os irmãos Gomide mudaram-se para a Suíça em 1913, onde conheceram John Graz na Academia de Belas Artes de Genebra. Regina e John se casaram em 1920 no Brasil e, por intermédio de Oswald de Andrade (1890-1954), o casal passa a fazer parte da vida intelectual de SP.
Regina e John Graz colaboraram com o arquiteto Gregori Warchavchik na decoração da Casa Modernista. O espaço, hoje um museu aberto à visitação pública, é considerado o primeiro exemplar da arquitetura moderna no Brasil.
A proposta do casal uniu a arquitetura funcional e de ornamentos sóbrios com ambientes organizados a partir de um mobiliário de formas puras. Para Graz, todos os elementos que integravam o espaço deveriam estar em harmonia, desde os móveis e itens de decoração até os painéis, luminárias e detalhes como maçanetas e grades.
Regina dedicou sua obra à tapeçaria e confeccionou painéis, colchas, almofadas, tecidos e abajures em estilo cubista e art déco. E, ao lado de Vicente do Rego Monteiro, é pioneira no interesse pela tradição indígena brasileira.
Antonio, John e Regina foram sócios fundadores e participantes ativos da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM). A associação buscava estreitar as relações entre artistas e pessoas que se interessavam pela arte, além de promover exposições, concertos e outras ações.
Fundada em 22 de dezembro de 1932, a SPAM foi idealizada pelo poeta Mário de Andrade e reuniu artistas como Anita Malfatti, Lasar Segall e Tarsila do Amaral; mecenas como Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado; e os escritores Sérgio Milliet e Menotti Del Picchia.
A mostra conta também com um videodocumentário preparado pelo Estúdio Preto e Branco. A obra leva para dentro do museu a atmosfera da época e os ambientes art déco projetados por John Graz.
Esta é uma oportunidade única de ser transportado para os costumes e modos de vida de quase um século atrás – e também de descobrir mais sobre a Semana de 22, que mudou os rumos das artes no Brasil. Não perca!
Por Catraca Livre