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Exposição da polonesa Fayga Ostrower colore a Pinacoteca

Conhecida como uma das pioneiras da gravura abstrata no Brasil, a polonesa Fayga Ostrower (1920-2001) comemorou seu centenário de nascimento no ano passado. E para festejar seu legado, a Pinacoteca do Estado de São Paulo recebe a mostra “Imaginação Tangível”.

Exposição Fayga Ostrower - Pinacoteca

Com curadoria de Carlos Martins, a exposição reúne 130 trabalhos, divididos basicamente em quatro núcleos que criam um panorama da carreira da artista. As obras expostas pertencem à coleção da Pina (doadas pelos filhos da artista) e ao instituto que leva o nome dela.

Na primeira parte, “Anos de Formação”, é possível conferir como a artista se apropriava de narrativas literárias para criar imagens e aprimorar o aprendizado da gravura. Ainda sem todo o experimentalismo pelo qual Fayga foi reconhecida, a seção mostra obras como uma edição do livro “O Cortiço” (1948), de Aluísio Azevedo, ilustrado com 12 gravuras feitas por ela.

Você ainda tem a chance de ver gravuras da artista para obras como “Invenção de Orfeu”, de Jorge de Lima, e “Terra Inútil”, de T.S. Eliot; e contribuições para suplementos de arte em jornais da época, nos quais ela teve a oportunidade colaborar com feras como Mário de Andrade e Cecília Meirelles.

Em outro momento da mostra, é possível observar a decisão de Fayga Ostrower de abandonar a figuração e adotar a linguagem abstrata em seus trabalhos, obtendo reconhecimento nacional e internacional. Estão expostas gravuras que fizeram com que ela ganhasse o grande prêmio da Bienal de Veneza em 1958, o que representou uma virada em sua carreira.

Ainda é possível ver algumas das raríssimas gravuras de um álbum com 10 obras feitas ainda na década de 50, que são bem marcantes dessa nova fase na carreira da artista.

Fayga Ostrower
Na mostra você pode conferir algumas obras raras desse álbum de gravuras da artista

Outro destaque são as estampas em tecido criadas por Fayga, pensadas como arte aplicada em estofamento e decoração de interiores. Como as obras eram abstratas, esse trabalho não foi aceito pela indústria e a artista passou a produzi-las artesanalmente com a ajuda de um sócio.

Na mostra, você pode conferir uma seleção inédita de 19 mostruários dessa arte em tecido, produzidos entre 1951 e 1956. Essas estampas foram criadas sem muitas cores para simbolizar o “conforto” de quem convive com essas obras durante muito tempo em um ambiente.

A terceira parte da exposição, intitulada “Expressões Gráficas”, reúne obras que revelam a aproximação de Fayga com outras técnicas de trabalho, como serigrafia e litografia, já no final dos anos 60.

E, finalmente, no núcleo “Produções Gráficas”, estão expostos cartazes de divulgações das exposições anteriores da artista, feitos por ela mesma.

A mostra “Fayga Ostrower – Imaginação Tangível” pode ser vista entre os dias 1º de fevereiro e 31 de maio, de quarta a segunda-feira, das 10h às 18h (exceto nos dias 30 e 31 de janeiro e 6 e 7 de fevereiro por conta das restrições da fase vermelha do Plano São Paulo).

Vale lembrar que, embora a exposição tenha entrada grátis, é preciso reservar ingressos por este site aqui, para evitar filas e aglomerações na porta da Pinacoteca.

Um pouquinho sobre Fayga Ostrower

Gravurista, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora, Fayga Ostrower nasceu em 1920 na cidade de Lódz, na Polônia, e chegou ao Rio de Janeiro em 1934. Sua família fugiu da Europa por causa das perseguições nazistas às vésperas da Segunda Guerra Mundial.

Ela desenvolveu suas técnicas artísticas sozinha, pois não pôde frequentar as universidades. E, mesmo assim, se tornou conhecida como uma das principais artistas do Brasil no século 20.

Graças à vocação educacional e intelectual, Fayga publicou vários livros e deu cursos e ministrou palestras em universidades no Brasil e no exterior. A convite do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, lecionou, ao longo de 16 anos, diferentes cursos de história e teoria da arte.

Entre os prêmios que acumulou ao longo de sua trajetória, destacam-se os da Bienal de Arte de São Paulo em 1957 e da Bienal de Veneza, em 1958, que foram responsáveis por alavancar a carreira dela.

A artista morreu em 2001 aos 81 anos. Além das instituições brasileiras, museus da Europa e dos Estados Unidos exibem em suas coleções os trabalhos dela.

Preserve sua saúde!

Para garantir a sua segurança, a Pinacoteca preparou uma série de cuidados que você deve respeitar durante a visita à exposição, de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A primeira delas é que a venda/reserva de ingressos será sempre online e o museu funciona com capacidade reduzida. Leve seu voucher impresso ou no celular para facilitar a entrada.

Além disso, para entrar no espaço você deve vestir máscara de segurança (cobrindo toda a boca e nariz) e sua temperatura corporal será medida (quem tiver com mais de 37,5ºC e sintomas visíveis de gripe não poderá ver a exposição). Também não é recomendável usar mochilas, sacolas e bolsas muito grandes, pois o guarda-volumes funciona parcialmente. Não vá à Pina de carro, pois o estacionamento está fechado.

Durante a visitação, respeite a distância de 1,5 metro entre as pessoas, siga o trajeto indicado, não consuma alimentos e bebidas no museu, não tire sua máscara para fotos e não descarte luvas, máscaras e objetos de uso pessoal no lixo do espaço. A instituição disponibiliza álcool em gel 70% em vários cantos.

#DicaCatraca: sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado? ❤

Por Catraca Livre

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