À frente de seu tempo – e do nosso tempo também -, a atriz protagonizou o primeiro beijo lésbico no teatro brasileiro. Ou seja, no meio do século passado, Cacilda já jantava os preconceituosos!
A matéria multimídia reúne fotos inéditas, vídeos e depoimentos de artistas, familiares e profissionais da arte e da cultura que conviveram com a grande dama do teatro brasileiro!
Considerada uma das maiores atrizes do país, ela era também produtora e diretora. Suas atuações marcantes nos palcos e sua trajetória reverberam até hoje na cultura do Brasil. Nascida em 1921, em Pirassununga, no interior de SP, ela deixou um legado artístico e de luta em favor da classe artística.
Criada pela mãe ao lado das duas irmãs mais novas, depois da separação de seus pais, a atriz estreou nos palcos aos sete anos. Quem conta um pouco sobre essa apresentação é o diretor Zé Celso Martinez Corrêa, em um depoimento gravado especialmente para o centenário. Dá uma olhada:
Cuca Becker e Guilherme Becker, filho e neto de Cacilda, contaram curiosidades como o fato de ela sempre usar batom vermelho e salto alto. Os dois são responsáveis pelo acervo da atriz.
A matéria reúne ainda com depoimentos da diretora Lenise Pinheiro, das atrizes Eva Wilma e Bete Coelho e do fotógrafo Amancio Chiodi.
Chiodi registrou os ensaios do espetáculo “Esperando Godot”, sem saber que também seriam os últimos dias de Cacilda. Na peça, ela atuou ao lado do filho Cuca Becker e seu ex-marido Walmor Chagas.
Segundo o fotógrafo, os registros são em branco e preto a pedido da atriz, para manter o clima original da dramaturgia. No palco, entre o primeiro e o segundo ato da peça, no dia 6 de maio, ela sofreu um derrame cerebral, aos 48 anos. A atriz ficou 39 dias em coma e faleceu em 14 de junho.
Além do conteúdo sobre Cacilda Becker, o Itaú Cultural tem um verbete bem completinho dedicado à dama do teatro em sua Enciclopédia.
Por Catraca Livre