Achou que ficaria sem Satyrianas em 2020? Ledo engano! Com 31 anos de trajetória, a Cia. Os Satyros realiza mais uma edição de seu festival multicultural, e, desta vez, a festa é completamente digital! Entre 3 e 6 de dezembro, esta mega maratona apresenta mais de 400 atrações online ao longo de 78 horas ininterruptas de programação!
E você confere tudo por meio de várias plataformas digitais, como Zoom, YouTube, Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp e TikTok. Basta dar uma boa olhada no site do evento para poder saber como assistir a cada atividade.
Com o tema “Pra não dizer que não falaremos das flores”, a 21ª edição do festival discute as crises política, social e ambiental que tomou conta do planeta. Além disso, comemora os 20 anos de ocupação da Praça Roosevelt pelos Satyros, um dos grupos responsáveis pela revitalização da região.
Entre as centenas de atrações do festival, estão mais de 100 espetáculos teatrais nacionais e internacionais, 70 filmes, 30 peformances, 20 espetáculos de dança e 10 lançamentos de livros, além de oficinas, podcasts, show de variedade, música, fotografia, poesia, encontros, debates e lives.
Teatro
Como não poderia ser diferente, os anfitriões dessa festa linda encenam vários dos espetáculos que a companhia estreou durante a pandemia, como “A Arte de Encarar o Medo” (incluindo as versões brasileira, afro-europeia e norte-americana da peça), “Novos Normais – sobre sexo e outros desejos pandêmicos” e os solos “Ruínas e Construções” e “Todos os sonhos do mundo”, ambos inspirados em experiências de Ivam Cabral, co-fundador do grupo.
Outros destaques são os espetáculos internacionais como “Palavras na Pele”, do Narrativensio-AC (Portugal), no qual as cantoras e atrizes Luisa Pinto e Cristina Bacelar discutem o lugar da mulher a partir de textos de autoras lusófonas; “As Palavras de Jó” (Cabo Verde), um monólogo sobre a humanização do homem; e “Macbeth”, de Speculative Drama (EUA), uma leitura contemporânea para o clássico shakespeariano.
Você ainda tem a chance de assistir a outros espetáculos brasileiros que estrearam na pandemia, como “O Peso do Pássaro Morto”, com direção de Nelson Baskerville. Essa adaptação do livro homônimo de Aline Bei retrata a vida de uma mulher dos 8 aos 52 anos, desde as singelezas cotidianas até as tragédias que persistem entre diferentes gerações.
Baskerville ainda dirige o projeto “(das)tripas(coração)”, no qual 11 atrizes apresentam solos que trazem à tona a crueldade humana, a falta de comunicação, a necessidade de enfrentamento desse mundo onde não cabem mais machismos, racismos, misoginias e tantas outras hipocrisias.
Outra dessas peças é “Polaroides Secretas”, com direção de Renato Andrade, inspirada na obra de Andy Warhol. A montagem retrata indivíduos solitários em uma sociedade líquida e midiática.
A programação da Satyrianas ainda tem muitos e muitos espetáculos de teatro e dança, leituras dramáticas, peças infantis, performances, shows de variedades e cabaré, e muito mais! Fique ligade na programação para não perder nadinha!
Cinema!
Os cinéfilos de plantão também têm seu lugar no festival. Na Mostra Cine Bijou Digital, são exibidos mais de 70 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens (confira aqui a programação). Para assistir às produções, basta acessar a plataforma InnSaiei.TV.
Você tem a chance de assistir aos dois filmes produzidos pela Cia. Os Satyros e dirigidos por Rodolfo García Vázquez e Ivam Cabral. “A Filosofia na Alcova” (2017) é inspirado na obra de Marquês de Sade e trata da educação sexual de uma jovem virgem, Eugénie, que aprende as artes da libertinagem através dos ensinamentos e experiências de Dolmancé e da senhora de Saint-Ange.
Já “Hipóteses para o Amor e a Verdade” (2014) é uma adaptação cinematográfica da peça homônima da companhia, feita a partir de entrevistas com mais de 200 personagens da região central de São Paulo, como moradores, prostitutas, traficantes, empresários, transexuais, michês, atores e músicos. Esses depoimentos foram o ponto de partida para construir a trajetória de 11 figuras que se cruzam durante uma noite na cidade.
Não deixe de assistir também a “Maldito, o Estranho Mundo de José Mojica Marins” (2001), um documentário de André Barcinski e Ivan Finotti sobre o cineasta conhecido como Zé do Caixão; ao clássico “A Hora da Estrela” (1985), de Suzana Amaral, uma adaptação da obra homônima de Clarice Lispector; e ao drama “A Senhora Que Morreu no Trailer” (2020), de Alberto Camareiro e Alberto Oliveira, a história de uma mulher que nasceu no sertão da Bahia, foi diva no cinema da Boca do Lixo e cantora nas noite de Copacabana.
Muitas outras atrações…
Uma novidade do festival é a “SatyriBlack”, um programa incrível de espetáculos e debates para discutir a questão da representatividade preta nas artes e na cultura. Legal, né?
Já no projeto ZapMix, artistas da Cia. Os Satyros prepararam performances de meia-hora para pequenos grupos de espectadores em chamadas de vídeo no WhatsApp. É só escolher o artista neste link, retirar ingresso para a performance e cadastrar o número do seu celular.
Como não poderia faltar no festival, a Cia. Base desce o prédio da SP Escola de Teatro em um espetáculo de dança vertical. A apresentação é transmitida ao vivo a partir de drones nas redes sociais do grupo.
Outra atração indispensável na Satyrianas é o “Show de Boate”, um tradicional show de variedades que acontece nas madrugadas dos dias 5 e 6 de dezembro, com direito a performance, números de drag queens e muita música.
Por Catraca Livre
