Nada como assistir a um bom filme para repensar nas estruturas de poder que regem a vida em sociedade! E não vão faltar opções de produções desse gênero na “Mostra Internacional do Cinema Negro”, que chega à sua 16ª edição com uma versão online promovida pelo MIS – Museu da Imagem e do Som.
O evento celebra o Mês da Consciência Negra com muitos filmes e bate-papos, que podem ser acompanhados neste link até o dia 15 de novembro.
Crédito: Divulgação“Mostra Internacional do Cinema Negro” leva vários filmões às plataformas digitais do MIS
A programação conta com vários curtas e médias-metragens, divididos em quatro programas, que realizam um esforço pela construção da imagem de afirmação positiva do afrodescendente e das minorias.
Na abertura do evento, houve a uma breve apresentação da cantora Fabiana Cozza, que interpretou ao lado do contrabaixista Fi Maróstica a potente canção “Fina Beleza”, de Celso Luiz Prudente e Anderson Brasil.
Entre os destaques da mostra, está o média “Vaga Carne”, da atriz, roteirista e diretora Grace Passô, que é exibido no dia 14 de novembro, às 18h, e é seguido por um bate-papo sobre os temas tratados pela obra. Para participar da sessão, é preciso se inscrever neste link aqui.
O filme é uma transcriçação cinematográfica do premiado espetáculo teatral de Passô. Na trama, uma estranha voz toma posse do corpo de uma mulher. Juntos, a voz e o corpo procuram por pertencimento e por uma identidade própria, enquanto questionam seus papéis dentro da sociedade.
A mostra ainda exibe o longa “Dorivando Saravá, o preto que virou mar” (2019), um documentário de Henrique Dantas que recria de maneira poética conceitos presentes na vida e na obra do cantor, compositor, ator e pintor Dorival Caymmi. Para falar sobre esse artista múltiplo, o filme recorre a depoimentos de feras como Gilberto Gil, Tom Zé, Jussara Silveira, Tiganá Santana, Arlete Soares e Adriana Calcanhotto.
Entre os vários curtas exibidos na mostra, destacam-se “Retalhos: A Memória Viva de Saramandaia” (2015), de Lúcio Lima, um documentário sobre as memórias afetivas dessa comunidade a partir da voz de um menino que sonha ser artista circense; “Som da raça” (2014), de Celso Luiz Prudente, um documentário experimental sobre a sensibilidade africana na diáspora por meio da música; e “Traçados” (2020), de Rudyeri Ribeiro, sobre um artista que tenta descobrir a melhor forma de se expressar tanto sua arte como na vida.
Por Juscelino Dourado