Quem curte contemplar uma bela obra de arte ao ar livre vai amar a nova exposição no Ibirapuera! O parque mais amado da cidade recebe a 10ª edição da “Mostra 3M de Arte”, que expõe 11 obras em diferentes locais.Crédito: Karina Bacci – divulgaçãoOlha que legal esta exposição no Ibirapuera! Esta é a obra “Objeto Horizonte”, do Coletivo Foi à Feira
E, se você tem filhos, dá até para brincar de caça ao tesouro com a criançada e ainda mostrar como a arte é essencial nas nossas vidas! Fica a dica!
Com curadoria é de Camila Bechelany, a mostra exibe os trabalhos de quatro artistas/coletivos selecionados por meio de um edital e outros seis convidados. Eles criaram as obras a partir do tema “Lugar Comum: travessias e coletividades na cidade”, uma reflexão sobre a vida urbana e a relação do indivíduo e coletividade na sociedade.
Os artistas são: Maré de Matos (SP), Narciso Rosário (PI), Coletivo Foi à Feira (SP e ES), a dupla Gabriel Scapinelli e Otávio Monteiro (SP), Camila Sposati (SP), Cinthia Marcelle (MG), Diran Castro (SP), Lenora de Barros (SP), Luiza Crosman (RJ) e Rafael RG (SP).Crédito: DivulgaçãoEncontre aqui todas as obras da Mostra 3M de Arte!
Confira uma breve descrição sobre cada obra da exposição no Ibirapuera:
- “Objeto Horizonte”, do Coletivo Foi à Feira (Clarissa Ximenes, Gabriel Tye Luís Filipe Pôrto, Matheus Romanelli e Rayza Mucunã)
Inspirada na arqueologia da memória, a instalação é composta por uma esfera reflexiva por dentro e transparente por fora. A ideia é que a obra funcione como um espaço de autorreflexão e como um convite para que o visitante deixe registrado seus desejos para a cidade do futuro.Crédito: Karina Bacci – divulgaçãoA obra de Rafael RG é inspirada na abolicionista americana Harriet Tubman
- “O Brilho da Liberdade Diante dos Seus Olhos”, de Rafael RG
A obra é inspirada na biografia da norte-americana Harriet Tubman, mulher negra que lutou pelo fim da escravidão nos EUA e fazia sua rota de fuga baseada na observação da constelação Estrela Norte.
- “Astral”, de Rafael RG
A obra é uma intervenção sonora no Planetário do Ibirapuera, na qual astrólogos fazem suas leituras astrológicas enquanto o visitante pode observar a projeção original. Eles também fazem um paralelo com a história de Tubman e trabalham com astrologias de povos originários e culturas afrodiaspóricas.
- “O que Ouve”, de Leonora de Barros
Um drone sobrevoa a área do parque atrás do Auditório Ibirapuera e, com um potente autofalante, a artista transmite mensagens-poemas gravadas sobre o tempo presente. Outras cinco caixas instaladas pelo parque reproduzem mensagens sobre vigilância e controle, em relação com as sensações produzidas pelo isolamento.Crédito: Karina Bacci – divulgaçãoA obra da dupla Gabriel Scapinelli e Otávio Monteiro investiga a relação do homem com a produção do pão
- “[terra< tijolo= forno] + farinha x pão”, de Gabriel Scapinelli e Otávio Monteiro
A partir dessa equação, a obra investiga a relação do homem com a produção do pão. A ideia é criar uma reflexão sobre o significado de produzir o próprio alimento e as relações que se articulam por trás da ação, que carrega significado de autonomia, evolução e coletividade.
- “Canteiro Suspenso”, de Narciso Rosária
Inspirada na trajetória e na memória afetiva do artista, a instalação discute como os cidadãos se relacionam com a produção dos alimentos, a sustentabilidade e a ancestralidade através do conhecimento e de práticas de plantio. A obra é composta por 11 canteiros elevados, de plantas comestíveis e medicinais.Crédito: Karina Bacci – divulgaçãoA obra de Narciso Rosária discute como os cidadãos se relacionam com a produção dos alimentos
- “Entre o Mundo e Eu/A caminho de casa”, de Diran Castro
A obra tem objetivo de chamar atenção do público para o processo de gentrificação do Parque Ibirapuera e da cidade de São Paulo. A artista busca a memória do local, que foi apagada ao longo de um processo histórico de silenciamento. Para isso, ela constrói uma cidade em miniatura com estrutura autossustentável.
- “Teatro Parque Arqueológico”, de Camila Sposati
Em uma reflexão sobre a passagem do tempo e a busca pela ancestralidade, a obra é composta por performances que exploram as sonoridades e os sentidos do público. A artista reconstrói o antigo teatro anatômico, que abrigará seus instrumentos-esculturas em cerâmica produzidos com base na série de trabalhos “Phonosophia”. As apresentações acontecem aos domingos, das 13h às 18h.
- “Geografia”, de Cinthia Marcelle
A artista produziu uma instalação com duas vias: a que fala de privilégio e a que fala de periferia. A partir da progressão geométrica simples, mas em grande escala, braços de mangueiras de jardim unem um curso d’água a uma torneira se repetindo numa progressão constante e “infinita” (pois que o seu fim não é revelado). Ao inverter o sentido “natural” da água canalizada, da torneira para o lago, a artista provoca a reflexão de que a água está sempre em movimento e ainda a constatação de que uma torneira não é algo tão banal quanto parece.
- “O mundo versus o Planeta”, de Luiza Crossman
A artista propõe o entendimento sobre a diferenciação entre as noções de “Terra” e “planeta” e sobre a relação entre a arte e ciência. Luiza resgata a ideia de escala humana e da experiência de mundo a partir da experiência física no parque, mais especificamente na antiga serraria.Crédito: Karina Bacci – divulgaçãoA obra de Maré de Matos imagina um espaço onde todas as pessoas possam ser ouvidas
- “Púlpito Público”, de Maré de Matos
A artista discute a coletividade por meio de um espaço construído para que se celebrem as diferenças na sociedade. A obra é composta por um púlpito criado com três escadas e 4 megafones permitindo acessos diversos aos megafones abertos. A instalação fala sobre a convivência e um ponto em comum possível para todos, independente dos caminhos escolhidos já que todas as escadas levam ao mesmo lugar: um espaço onde todos têm voz.
A “Mostra 3M de Arte” pode ser conferida até o dia 6 de dezembro, durante todo o horário de funcionamento do parque, mas a equipe educativa está disponível de segunda a domingo, das 10h às 21h. A entrada é grátis.
Por Catraca Livre