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Sundance se torna virtual e traz programação mais acessível em 2021

O Festival de Cinema de Sundance anunciou um programa para 2021 cheio de títulos de filmes independentes intrigantes. Mas o evento, que normalmente acontece ao longo de uma semana e meia gelada em Park City, Utah, será forçado a ficar online devido à pandemia. Este será um dos desafios para Tabitha Jackson, que se tornou a nova diretora do festival neste ano, após seis anos chefiando o programa de documentários do Sundance Institute. Entre as novidades, estão um período de exibição mais curto, mas contando com um espaço virtual para interações.

As atrações incluem o drama de questões raciais “Passando”, estrelado por Tessa Thompson e Ruth Negga; o documentário de freiras feministas “Rebel Hearts”; e a excentricidade de Sundance “Cryptozoo”, um filme animado peculiar sobre um zoológico que abriga criaturas mitológicas, com a voz de Michael Cera.

Ao assumir o lugar do diretor que estava saindo, John Cooper, em fevereiro, Jackson se tornou a primeira mulher e a primeira pessoa negra a comandar o Sundance. Já na nova função, ela disse que se perguntava o que poderia trazer para o festival de cinema independente mais venerado do mundo.

— Estava olhando para uma máquina incrível de quase 40 anos e pensando qual será meu papel em levar isso adiante? — disse.

Edição online

Apenas um mês depois, estava claro que o ano de posse de Jackson não seria nada típico. Em março, a propagação rápida da pandemia forçou o cancelamento do festival South by Southwest poucos dias antes do evento ocorrer. Cinemas de todo o país foram fechados logo, e alguns dos títulos mais comentados de Sundance 2020, como a estridente comédia “Zola”, foram retirados do calendário e ainda não têm data de lançamento.

Em junho, ela já sabia que teria que planejar um festival de Sundance que aconteceria principalmente na internet.

— O cerne do festival ser digital parecia necessário para nossa saúde pública e para nossa sanidade, para que pudéssemos ter alguma certeza do que estávamos planejando — disse.

E para a surpresa dos programadores, a enxurrada de inscrições acompanhou o ritmo do ano anterior. Segundo o diretor de programação, Kim Yutani, a diferença em relação ao ano passado foi “insiginificante”.

— Foi realmente assustador e realmente encorajador.

Ainda assim, Jackson estava determinada a reduzir a programação às vezes exagerada de Sundance. O programa de 2021 consiste em 72 filmes, abaixo dos 120 habituais, e o festival terá uma duração menor, acontecendo de 28 de janeiro a três de fevereiro.

— Outros festivais têm decidido ir mais longe, nós decidimos ser mais concisos. É uma explosão de energia mais intensa — disse Jackson.

Além de uma plataforma online que tornará esses filmes mais acessíveis do que nunca para o público fora de Park City, Sundance vai adicionar um espaço de encontro virtual onde os espectadores podem conversar uns com os outros e recomendar coisas que assistiram. Para a diretora, essa é uma tentativa de recirar a sensação de agitação que o festival presencial causa.

Atrações

Alguns dos filmes com o perfil de fazer as pessoas conversarem incluem a comédia de pacto suicida “On the Count of Three”, do ator e diretor Jerrod Carmichael; “CODA”, um drama sobre uma jovem com pais surdos; e “Land”, o longa-metragem de estreia na direção da atriz de “House of Cards”, Robin Wright. Dos filmes selecionados para as duas competições narrativas do festival, 50% são dirigidos por mulheres.

Sundance também pode apontar para uma programação robusta de documentários, como “Summer Of Soul (… Or, When the Revolution Could Not Be Television)”, um documentário musical sobre o Harlem Cultural Festival de 1969, um evento realizado para celebrar a África Música americana que aconteceu no mesmo verão que Woodstock. A direção é de Ahmir “Questlove” Thompson.

Jackson até elaborou um plano de contingência para estreias presenciais. A depender do estado dos toques de recolher e das diretrizes de saúde pública no final de janeiro, alguns desses filmes de Sundance também podem estrear em exibições drive-in nas principais cidades e em cinemas independentes em todo o país.

— Ainda temos esperança de que o público em todo o país possa ir a algum lugar para assistir a um filme juntos. Vamos planejar até não poder mais – explicou.

Se esse plano falhar, porém, a diretora espera que um Sundance virtual ainda possa transmitir a mesma magia de um laptop ou de uma TV da sala de estar. E se os espectadores estiverem realmente ansiosos para simular a experiência de Sundance, eles podem vestir um gorro de lã ou um casaco pesado antes de apertar “play”

— Queremos que as pessoas se vistam para o Sundance, seja lá o que isso signifique. Então, se você quiser estar envolto em uma roupa de inverno quente, tire uma foto e vamos colocá-la na plataforma online — afirmou.

Por O Globo

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