Entrar em contato íntimo consigo mesmo pode ser um processo bem difícil. Mas como “autoconhecimento é libertação”, nas palavras da Monja Coen, a sétima edição do “Festival Cinema & Transcendência” pode te ajudar nessa importante missão.
Crédito: Divulgação/ Festival Cinema & Transcendência“Festival Cinema & Transcendência” tem programação diversa e grátis
Até o dia 27 de novembro, 12 longas-metragens e seis lives exploram de diferentes maneiras os caminhos da consciência. Entre os destaques da programação estão a palestra da Monja Coen sobre “A escuta do silêncio” (14/11, às 20h), a fala do neurocientista Sidarta Ribeiro sobre “Sonho, psicodelia e transcendência” (13/11, às 20h) e a meditação sonora com Anna Heuseler (15/11, às 28h30).
Há filmes nacionais e internacionais no festival – e sobre os mais variados assuntos. Mas é preciso ficar atento(a) a data de exibição de cada longa, porque eles fazem uma sessão única diária, sempre às 21h, com apresentação ao vivo de Carina Bini, produtora e cocuradora do festival (os filmes só estarão disponíveis no horário da sessão). Acesse a programação completa do evento aqui.
Os títulos promovem uma relação transformadora entre o cinema e a realidade de cada pessoa, abordando temas como a espiritualidade, práticas de autoconhecimento, meditação, biografias de estudiosos, sábios ou gurus, ancestralidade, expansores alucinógenos, terapias, xamanismo e outras questões que perpassam o caminho de busca pela consciência.
Em “Sombras do Paraíso”, o diretor canadense Sebastian Lange aborda a Meditação Transcendental. Tendo crescido dentro do Movimento e com acesso íntimo a dois líderes da prática – o icônico cineasta David Lynch e o discípulo dedicado Bobby Roth – o documentário retrata a metamorfose do Movimento após a morte do fundador Maharishi Mahesh Yogi. Assista no dia 13 de novembro.
A cineasta carioca radicada em São Paulo Mara Mourão apresenta o documentário “Quem se Importa” no dia 11 de novembro. Na trama, revela-se como um número cada vez mais expressivo de pessoas tem se importado com o destino da humanidade e do planeta, colocando a mão na massa em prol dos interesses coletivos. Essa revolução, baseada na conversão de ideais em ações concretas, foi captada por Mara em sete países: Brasil, Peru, Estados Unidos, Canadá, Tanzânia, Suíça e Alemanha.
“O Navio de Teseu”, de Anand Gandhi, é uma produção indiana sobre identidade, justiça, beleza, entendimento e morte. Na narrativa, uma fotógrafa lida com a perda de sua visão após um procedimento clínico; um monge erudito enfrenta um dilema ético frente à sua ideologia de vida, tem de escolher entre seus princípios e a morte; e um jovem corretor da bolsa de valores, seguindo o rastro de um rim roubado, aprende como a moralidade pode ser complexa. Assista nos dias 15 e 26 de novembro.
Para homenagear o Dia da Consciência Negra, o “Festival Cinema & Transcendência” exibe os títulos “O Outro Lado da Memória”, “Orin – A música para os Orixás” e “Gangbé”, além de uma série de debates. Confira aqui a programação especial.
Com direção de André Luiz Oliveira, “O Outro Lado da Memória” documenta a tentativa de realização do filme “Viva o Povo Brasileiro”, adaptação do romance homônimo do escritor João Ubaldo Ribeiro. O filme revela o trabalho realizado pelos produtores, pelo diretor e roteirista André Luiz Oliveira e equipe, ao longo de quase uma década (1996 a 2005) de preparação deste épico brasileiro até a sua dramática interrupção duas semanas antes do início das filmagens. Assista nos dias 20 e 27 de novembro. O debate acontece no dia 20, às 17h.
Já em “Orin – A música para os Orixás”, Henrique Duarte mostra como a Música Popular Brasileira foi muito influenciada por terreiros de Candomblé, que foram precursores de gêneros que deram origem ao samba, o baião, e até mesmo o funk carioca. Para entender melhor como funciona a resistência musical e espiritualista dos Orixás, diversos sociólogos, artistas e etnomusicólogos analisam as cantigas sagradas chamadas de Orin na linguagem iorubá. Assista no dia 21 de novembro, com apresentação do próprio diretor.
“Gangbé”, do jornalista musical Arnaud Robert, é um documentário suíço sobre a tentativa de a banda Gangbé Brass conquistar a cidade de Lagos, na Nigéria, para se apresentar com Femi Kuti no clube Santuário, local símbolo do afrobeat, gênero musical criado na década de 1970 pelo pai de Femi, o falecido e lendário Fela Kuti. O filme apresenta uma jornada por uma África contemporânea, que não mais aspira apenas ao sonho europeu, mas, de maneira poética e descolada, abre novos horizontes. Assista no dia 22 de novembro.
Por Catraca Livre