O Museu de Arte Moderna de São Paulo tem três novos roteiros virtuais de visitação a partir desta terça-feira, 15 de setembro, uma solução para consumo de arte durante a pandemia.
Os novos roteiros são inspirados em exposições de Antonio Dias, Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM – 20 anos e roçabarroca de Thiago Honório.
As visitas são realizadas às terças e quintas-feiras, às 10h30, e quartas e sextas-feiras, às 14h30, por videoconferência, mediante agendamento prévio pelo e-mail educativo@mam.org.br. Os roteiros são disponíveis para escolas e grupos acima de 10 pessoas
Os três novos roteiros se juntam a dois já existentes, sobre o Jardim de Esculturas e o painel d’Os Gêmeos.
Confira as opções de visitas:
1- Visita Virtual ao Jardim de Esculturas do MAM
O Jardim de Esculturas é o acervo permanente a céu aberto do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Sua importância perpassa décadas de aprendizado sobre conservação, mediação no espaço público e ocupação do Parque. Nesta visita virtual, a educadora conduzirá a visita remotamente, compartilhando propostas de leitura de obras e de experiências poéticas relacionadas às esculturas.
Projetado por Roberto Burle Marx para receber obras da coleção do MAM, o jardim de esculturas foi inaugurado em 1993 e abriga 30 esculturas numa área de 6 mil metros quadrados, sendo um dos principais acervos brasileiros expostos a céu aberto.
2- Visita Virtual ao Painel d’Os Gêmeos
Em 2010, a entrada do MAM foi repaginada. O público passou a ser recepcionado pelos seres e cenas coloridas e inusitadas criados pelos grafiteiros Os Gêmeos. A parede entre a porta de acesso e a Sala de Vidro transformou-se, com a intervenção da dupla, em ponto de visita obrigatório no Parque. A obra, além de ser instigante e atemporal, contribui para atrair ao museu pessoas de diversos lugares, idades e culturas.
3- Visita Virtual inspirada na exposição “Antonio Dias: derrotas e vitórias”
Figura de singular trajetória na arte contemporânea brasileira, Antonio Dias (1944 – 2018) é autor de uma obra multimídia, carregada de engajamento social e político, e de ironia e sensualidade. A mostra reúne obras emblemáticas, muitas delas raramente exibidas, todas advindas do acervo pessoal do artista.
“Ao falecer, em agosto de 2018, Antonio Dias reunira uma coleção das próprias obras que recobria toda sua trajetória artística. O conjunto compunha-se tanto de peças de que ele nunca havia se separado, como de outras recompradas de terceiros para quem tinham sido vendidas. Tratava-se, pois, de uma representação de si mesmo intencionalmente construída, mantida e guardada”, explica o curador.
O título da exposição – Antonio Dias: derrotas e vitórias – remete à gravura que o artista criou para os 20 anos do Clube de Gravura do MAM, em 2006, e deriva de imagens de um filme homônimo. As pinturas, desenhos, instalações e filmes que compõem a mostra revelam, também, temas existenciais recorrentes na pesquisa do artista e conferem o caráter testemunhal à sua obra. “Portanto, a coleção que ele formou de si mesmo é uma síntese única, tanto pelo percurso que organiza ao longo das várias fases, como pela declaração dos valores éticos norteadores de sua arte”, conclui o curador.
4- Visita Virtual inspirada na exposição “Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM – 20 anos”
Colecionar arte é a possibilidade de olhar por um viés fascinante para a diversidade humana. Logo, os museus e suas coleções são espaços democráticos que fomentam a reflexão, a convivência das diferenças, o debate sem dogmas, a formação de repertório. O Clube de Colecionadores de Fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tendo este foco, foi criado em 2000. Ao completar agora 20 anos e 21 edições, a mostra reúne obras de 107 artistas que passaram a integrar o acervo do museu e também as coleções particulares de centenas de pessoas que fazem ou fizeram parte do Clube nessas duas décadas. Olhar em perspectiva as imagens que formam o acervo do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM é uma oportunidade rica e original de conhecer a história recente do país contada por fragmentos que, quando conectados, são capazes de representar múltiplas camadas da nossa cultura, dos anseios e das fraturas de uma democracia que luta por se firmar, da singular beleza natural de seu povo, das possibilidades semânticas da fotografia em espelhar nossa complexidade.
5- Visita Virtual inspirada no Projeto Parede “roçabarroca” de Thiago Honório
O Museu de Arte Moderna de São Paulo apresenta a instalação roçabarroca (2018/2020), do artista mineiro Thiago Honório, no Projeto Parede – espaço entre o saguão de entrada do MAM e a Sala Milú Villela. Para a instalação, o artista mineiro reveste as duas paredes que cercam o corredor do Museu com taipa de mão e pau a pique, entrelaçando ripas e toras de madeiras com galhos recolhidos no Parque Ibirapuera e vigas de bambu amarrados por sisal ou cipó.
O título da obra vem do livro e do poema “Roça barroca”, ambos da poeta e tradutora Josely Vianna Baptista (1957). Ao unir as duas palavras, a grafia explicita elementos presentes na instalação, como roça, oca, oco, barro e barroca.
Em roçabarroca, o artista homenageia duas figuras importantes em sua trajetória: Maria Boaventura de Souza, sua avó materna, que viveu em uma casa de pau a pique no interior de Minas Gerais; e Maria de Fátima Boaventura de Souza Andrade, sua falecida tia, que em 1978 registrou a casa em fotografias. Esses mesmos registros levaram Honório a criar, agora, uma fotomontagem, que foi a maior referência para a construção da obra.
Por Metro Jornal