Para refletir sobre a condição feminina no sertão nordestino, a atriz Tertulina Alves empreendeu uma viagem ao passado. Em 2018, ela voltou à cidade de Macaúbas (BA), onde passou parte da infância, para conversar com essas mulheres. Dessa potente troca surgiu o espetáculo “Sertão sem fim”, com dramaturgia de Rudinei Borges dos Santos e direção de Donizeti Mazonas.
Crédito: Keiny Andrade/ divulgaçãoTexto poético reflete sobre a presença feminina no sertão
Essas histórias inspiraram o dramaturgo a criar a personagem Bastia, cujo marido vaqueiro é assassinado por fazendeiros da região. Tudo porque o casal adquiriu um rebanho de 60 cabeças de gado em um período de estiagem. Assim, montada em um cavalo, ela percorre aquele território com o corpo do falecido, em busca de justiça.
Os relatos que mais contribuíram para o texto foram os da avó de Tertulina, Maria Tertulina, que migrou para SP e foi encontrada recém-nascida em um curral dentro de um cesto de palha; os de Maria Izabel, conhecida até hoje, com mais de 80 anos, como a Rainha das Cavalgadas; e os da própria Tertulina Alves, cuja infância na região foi marcada por um período de forte seca.
Além da questão da aridez, o espetáculo retrata outros aspectos da vida no sertão, como as desigualdades, as injustiças e a dificuldade de construir seu próprio espaço no mundo. Nesse sentido, é como se Bastia fosse uma alegoria desse ambiente.Crédito: Keiny Andrade/ divulgaçãoTertulina Alves fez uma viagem ao passado para coletar material para “Sertão sem fim”
A construção da cenografia foi enxuta. O artista plástico Eliseu Weide escolheu poucos elementos para compor o palco, de maneira que o público sentisse toda a vastidão e a multiplicidade do sertão. Sem explorar os clichês associados a esse lugar.
“Sertão sem fim” faz uma temporada presencial no Teatro Sérgio Cardoso entre os dias 5 e 22 de fevereiro, com sessões de segunda a sexta, às 19h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada) e devem ser comprados neste link. A classificação indicativa é livre e a duração é de 60 minutos.
Em decorrência da pandemia de Covid-19, o teatro adotou uma série de procedimentos sanitários, garantindo a diversão com segurança. A capacidade da sala de espetáculos foi reduzida para 50 pessoas e há um totem de álcool em gel e um tapete sanitizante logo na entrada da casa. Além disso, o uso de máscara é obrigatório durante todo o tempo de permanência no local.
#DicaCatraca: sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado? ❤
Por Catraca Livre